segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Vantagens da Boa Intenção


A boa intenção, como que uma varinha mágica, transforma as ações mais simples e
insignificantes em gemas preciosas. Ela é para a ação o que é o alicerce para o edifício, a raiz para a árvore, a alma para o corpo.

Sem o alicerce, o edifício cai por terra; sem a raiz, a árvore seca; sem a alma, o corpo não é mais que um cadáver. Sucede o mesmo com a boa intenção. Além de alcançar méritos, a boa intenção influi para que seja bem feita a ação toda. Ela ainda facilita a posse do céu, por tornar meritórias as mais ordinárias ações, tais como descansar, dormir, comer, etc.

A vida consta de grande número de ações indiferentes, a saber, nem boas nem más. Por que não valorizá-las pela boa intenção? Por que perder grandes e muitos méritos? Por dias, semanas, anos! Faze a boa intenção cada manhã e renova-a frequentemente durante o dia, sobretudo antes de ações de certa importância. Toma sentido para que nada faças por egoísmo ou glória vã e que não tenhas de ouvir um dia a sentença:
“Eles já receberam suas recompensas”

Muitos desconhecidos do mundo adquirem, por meio da boa intenção, méritos grandes, enquanto tu talvez percas inúmeras ocasiões de ganhar recompensas eternas.

(Sinzig, Frei Pedro. Breves Meditações para todos os Dias do Ano. 8ª Ed. Editora Vozes, 1944, p. 246)

quinta-feira, 29 de junho de 2017

A confissão sempre existiu (A Confissão III)

Em todos os tempos foi preciso, para se conseguir o perdão, confessar os pecados. Adão, o primeiro pecador, só foi perdoado depois de ter confessado oralmente, com humildade e arrependimento, aos pés do Filho de Deus - que lhe aparecia revestido de forma humana no paraíso terrestre - a grande falta que acaba de cometer. "Comi do fruto proibido," disse ele; eis a confissão. Eva também se confessa, antes de ser absolvida: "Eu também comi".

Caim não quis se confessar: "Que fizeste de teu irmão?", pergunta-lhe o Senhor, de novo revestido daquela aparência humana, que um dia deveria assumir em realidade. "Meu pecado é grande demais para que Deus me perdoe", responde o miserável. Por isso foi amaldiçoado: escondeu-se da face do Senhor, errante sobre a terra, como um réprobo.

Entre os judeus, na lei antiga, era preciso se confessar aos sacerdotes, como nós o fazemos hoje: confessar-se oralmente e com detalhes, antes de oferecer o sacrifício e obter a remissão dos pecados. Há vários registros dessa obrigação nos livros sagrados de Moisés. A confissão foi sempre um sinal distintivo da verdadeira religião.

Nosso Senhor Jesus Cristo deu à confissão dignidade de um sacramento, e a estabeleceu na Igreja como inesgotável fonte de salvação e consolação, refúgio dos pobres pecadores e auxílio da fraqueza humana. Ele mesmo confessou e absolveu muitos pecadores, ente os quais a mulher adúltera, que esteve a sós com ele no tempo: eis aí a doente com o médico, a grande miséria com a grande misericórdia; arrependida, ela declarou sua falta; por isso, disse-lhe Jesus: Vai em paz, teus pecados te são perdoados.

Seus apóstolos, os primeiros padres, foram também os primeiros confessores. Vemos São Paulo e seus companheiros, em uma de suas missões em Éfeso, tocarem tão vivamente o coração dos fiéis, que "muitos vinham confessar e declarar as suas obras".²

Nas catacumbas de Roma e nos monumentos dos primeiros séculos cristãos encontram-se vestígios tão numerosos e tão claros da confissão, que até mesmo o historiador protestante Edward Gibbon, malgrado o ódio contra a religião, reconhece que "o homem instruído não pode resistir ao peso da evidência histórica que confirma a confissão como um dos principais pontos da doutrina papista (isto é, católica) em todo o período dos quatro primeiros séculos.³" Ele só menciona os quatro primeiros séculos, porque, a partir do século V, já ninguém tem dúvidas quanto a isso.

Notas:
2. At 19,18.
3. Declínio e queda do Império Romano.

Fonte: A Confissão (Monsenhor de Ségur), Editora Castela

É absolutamente necessário se confessar? (A Confissão II)


Claro que é, meu caro amigo, não é preciso nem dizer. É o Bom Deus quem quer, e Ele é o soberano. De nada adianta chorar, xingar nem reclamar: o Bom Deus quer que nos confessemos. Ele mesmo institui a confissão, e o que Ele determinou não se pode mudar.

Quando Deus veio a este mundo, escolheu certo número de discípulos e os ordenou padres; depois, mandou que pregassem a penitência a todos os homens e deu a eles e seus sucessores - até o fim do mundo - o poder de perdoar os pecados em Seu nome. Ele impôs a todos nós, sem exceção, a obrigação de declarar e confessar as faltas a esses homens, que são os seus ministros e representantes, sem os quais permanecemos no lamaçal dos pecados e após a morte vamos para o inferno.

É Deus em pessoa, Nosso Senhor Jesus Cristo, quem diz aos padres: "Recebei o Espírito Santo, àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoados: àqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos. Tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus." O que pode ser mais claro e evidente que essas palavras divinas: os pecados de quem perdoardes serão perdoados? Foi Deus mesmo quem institui a confissão na terra e deseja que nos confessemos aos padres, a fim de obtermos, pelo ministério deles, a remissão dos pecados, de modo que não caiamos no inferno.

De bom ou mau grado, é preciso passar por ela: ou a confissão ou o inferno - o inferno de fogo eterno. Faça sua escolha.

Fonte: A Confissão (Monsenhor de Ségur), Editora Castela

quarta-feira, 28 de junho de 2017

O que é a Confissão (A Confissão I)

Confissão significa declaração. A confissão é a declaração que devemos fazer de nossos pecados a um padre, a fim de obter o perdão do Bom Deus. Confessar-se é procurar um padre, ministro de Jesus Cristo, e lhe declarar com sinceridade arrependimento todas as faltas que tivemos a infelicidade de cometer.

As pessoas que não se confessam têm da confissão as ideias mais equivocadas e extravagantes. Uma senhora protestante que pedia reiterados conselhos ao bom Monsenhor de Cheveurs, Bispo de Boston, dizia-lhe certo dia quanto a confissão lhe parecia absurda. "Não tanto quanto você pensa, respondeu-lhe sorridente o bispo; na verdade, a senhora sente o valor e a necessidade dela, pois há bastante tempo que se confessa a mim sem que perceba. A confissão não é senão a confidência das dores de consciência, as quais você me conta para aliviar-se." Aquela senhora não tardou em se confessar de bom grado e tornar-se católica.

Contudo, nada é mais natural que a confissão. Voltaire, testemunha insuspeita, admitia em um momento de lucidez: "Não há talvez instituição mais útil [que a confissão], escreve ele; a maioria dos homens, quando cometem faltas graves, naturalmente sentem remorso; se há sobre a terra algo que os consolas, é a faculdade de se reconciliarem com Deus e com si próprios¹."

Portanto, quando nos confessamos, aliviamos a consciência dos pecados que a desonram, e obtemos no sacramento da Penitência a paz de coração e a alegria de alma.

Nota:
1. Remarques sur Olympie.

Fonte: A Confissão (Monsenhor de Ségur), Editora Castela

Escolho tudo! Não quero ser Santa pela metade!



Um perfeito trecho dos escritos de Santa Teresinha para reflexão. As vezes não queremos seguir o caminho mais árduo sabendo que ele agrada mais a Deus, então fazemos tão pouco pelo salvador que tanto sofreu por nós. Meditemos esse trecho, e a partir dele vamos ter um firme propósito de não sermos mornos, fazer tudo o que está em nosso alcance pela nossa santificação. Almejar a perfeição é dever de todos! Não siga o caminho mais fácil, ele não te levará até o Senhor. 
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"Um dia julgando-se muito crescida para brincar com bonecas, Leônia veio procurar-nos a nós duas com uma cesta cheia de vestidos e de lindos retalhos para fazer outros; por cima estava colocada sua boneca. - "Tomai lá, minhas irmãzinhas, diz-nos ela, escolhei, dou-vos tudo isto". Celina estendeu a mão e tomou um pacotinho de cordões que lhe agradava. Após um instante de reflexão, estendi a mão por minha vez e declarei: - 'Escolho tudo!' e apoderei-me da cesta sem outra formalidade. As testemunhas da cena acharam o caso muito justo, a própria Celina nem pensou em reclamar. (Aliás, brinquedos não lhe faltavam, seu padrinho cumulava-á de presentes e Luísa descobria meios de arrumar-lhe tudo quanto desejasse). 

Este pequeno episódio de minha infância é o apanhado de toda a minha vida. Mais tarde, quando se me tornou evidente o que era perfeição, compreendi que para se tornar santa era preciso SOFRER MUITO, ir sempre atrás do MAIS PERFEITO e esquecer-se a si mesmo. Compreendi que na perfeição havia muitos graus e que cada alma era livre no responder às solicitações de Nosso Senhor, no fazer muito ou pouco por Ele, numa palavra, no escolher entre os sacrifícios que exige. Então como nos dias de minha primeira infância, exclamei: "Meu Deus escolho tudo". Não quero ser santa pela metade. Não me faz medo sofrer por vós, a única coisa que me dá receio é a de ficar com minha vontade. Tomai-a vós, pois escolho tudo o que vós quiserdes!..."

Santa Teresinha do Menino Jesus - História de uma alma. (Grifos nossos). 

A mortificação da boca - Santo Afonso Maria de Ligório

Santo André Avelino dizia que quem quiser aplicar-se à perfeição, deve começar por mortificar a boca com muito cuidado. Já antes dele, tinha ensinado São Gregório: Não pode entrar na arena dos combates espirituais, quem não houver primeiro domado a paixão da gula.

Escreve além disso o Padre Rogacci que a maior parte das penitências exteriores consiste em mortificar o gosto. - Mas o comer naturalmente agrada ao paladar, então por isso não há de se comer mais? - Não. O homem há de comer, porque Deus quer que assim conservemos a vida do corpo para servi-lo, enquanto lhe aprouver deixar-nos nesta terra. Devemos entretanto cuidar de sustentar o corpo no dizer do padre Vicente Carafa, do mesmo modo que faria um rei possuidor de meio mundo, que fosse obrigado a tratar com as suas próprias mãos um cavalo, muitas vezes por dia. Como desempenharia este dever? Com certa náusea e desdém, e o mais depressa possível.

Dizia São Francisco de Sales que é preciso comer para viver, e não viver para comer. Parece que alguns não vivem senão para outra coisa, como os brutos que só vivem para comer. O homem torna-se bruto, diz São Bernardo, cessa de ser espiritual e racional, quando ama a nutrição como os irracionais.

Assim praticou o infeliz Adão que se tronou semelhante aos brutos por ter comido do fruto proibido. Se os animais tivessem tido o uso da razão, acrescenta o santo, que não teriam pensado, ao verem o primeiro homem esquecido de Deus, e da salvação eterna, por causa do gosto miserável de comer um pomo? Com certeza, dele zombando, teriam dito: Eis como Adão se tornou bruto como um de nós! Dai esta máxima como Santa Catarina de Senna: Quem não é mortificado no comer, não pode conservar a inocência, porque é pela gula que Adão a perdeu. Que miséria ver alguns que fazem do ventre o seu deus, como observa São Paulo.


Quantos infelizes perderam a sua alma pelo vício da gula! Conta São Gregório, nos seus diálogos, que em um mosteiro de Licaonia havia um monge de vida muito exemplar. Achando-se este às portas da morte, lhe rodearam no leito os seus religiosos, para receberam dele, no último momento da vida, uma palavra de edificação. Qual, porém, não foi a sua decepção? Meus irmãos, disse o moribundo, sabei que, enquanto os outros praticavam o jejum, eu comia às escondidas, e por isso fui entregue ao demônio que já me tira a vida e leva a minha alma para o inferno. E, dizendo isto, expirou. - O mesmo santo refere este outro fato. Uma religiosa. notando na hora uma bela alface, a tomou e comeu, contra a regra. Foi logo possuída e cruelmente atormentada pelo demônio. Suas companheiras mandaram chamar o santo abade Equicio. A sua chegada, o demônio pos-se a gritar: Que mal fiz eu? Estava sentado no alface e ela me engoliu. Mas não pode resistir ao poder do servo de Deus que o obrigou a deixá-la. Narra-se ainda, nas crônicas da Ordem de Cister, que São Bernardo, visitando um dia os noviços, tomou parte de um deles, chamado Acardo, e, apontando para outro disse-lhe que aquele, nesse mesmo dia, fugiria miseravelmente do mosteiro. Pelo que ele recomendou que, vedo-o partir, o acompanhasse e o detivesse. De fato, na noite seguinte, Acardo viu primeiro um demônio chegar no noviço e o tentar de gula, esfregando-lhe aos narizes um frango assado. No entanto, o infeliz despertou e, cedendo à tentação, vestiu-se e preparou-se para sair do mosteiro. Então, Acardo o segurou, mas em vão, porque, dominado pela gula, ficou obstinado em querer voltar para o mundo, onde acabou miseravelmente a vida.


Estejamos pois atentos para não sermos vencidos por este feio vício. Santo Agostinho diz que devemos usar dos alimentos para sustentar a vida, com a mesma cautela com que tomas os remédios, isto é, só enquanto são necessários e nada mais.


A intemperança no comer é muito nociva a alma e ao corpo. Quanto a este, é certo que a maior parte das enfermidades são causadas pela gula: as apoplexias, as doenças dos intestinos, os embaraços gástricos, as dores de cabeça, do estômago, do lado, e outros males miseráveis, são, às mais das vezes, provenientes do excesso de comida. Entretanto, as moléstias do corpo são o menor mal. O pior são as enfermidades que atenuam na alma.


Primeiramente, como ensina o doutor angélico, este vício obscurece o espírito e o torna inepto para os exercícios espirituais, especialmente para a oração. Assim como o jejum dispõe o espírito para a contemplação de Deus e dos bens eternos, assim a intemperança o distrai. - São João Crisóstomo compara o homem de estômago cheio a um navio demasiadamente carregado, que apenas pode mover-se, e por isso está em grande risco de perder-se em qualquer tempestade de tentações que lhe sobrevenha.
Retirado do livro: A Verdadeira Esposa de Jesus Cristo de Santo Afonso Maria de Ligório. 


Fonte: Ad Majorem Dei Gloriam

Para se santificar a Alma deve dar-se toda e sem reserva a Deus



Dilectus meus mihi, et ego illi – “Meu amado é para mim, e eu para ele” (Cant. 2, 16).
 
Sumário. Certas almas são chamadas por Deus a uma alta perfeição; mas porque elas não lhe dão o coração todo e conservam afeição às coisas da terra, não se fazem, nem se farão jamais santas. Mais, correm grande risco de se perderem eternamente. Deves, pois, meu Irmão, desapegar-te de todas as criaturas e dar-te todo a Deus, sem reserva. Para alcançarmos um fim tão sublime, roguemos sempre ao Senhor que nos abrase com seu santo amor, porque este consumirá em nós todo o afeto menos puro.

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Dizia São Filippe Neri que todo o amor consagrado às criaturas é roubado a Deus, porque, na palavra de São Jerônimo, o Salvador é cioso de nossos corações:Zelotypus est Jesus. Porque nos ama estremecidamente, quer reinar só em nosso coração e não admite êmulos que lhe roubem parte do amor que requer só para si. Desagrada-Lhe, portanto, ver em nós apego a qualquer afeto que não seja para Ele. – Exige nosso Salvador porventura, demais, depois que deu por nós todo o seu sangue e a vida, morrendo sobre uma cruz? Não merece, porventura, que O amemos com todo o nosso coração e sem reserva?


Afirma São João da Cruz que todo o apego às criaturas impede que sejamos inteiramente de Deus. “Quem”, pergunta o Salmista, “quem me dará asas como de pomba, e voarei e descansarei?” (1) Certas almas são chamadas por Deus para serem santas; mas porque elas usam de reserva e não dão a Deus todo o seu amor e conservam afeição às coisas da terra, não se fazem, nem se farão nunca santas. Querem voar para o alto, mas porque são retidas por algum apego, não voam, mas ficam sempre terrestres e se põem em grande risco da perdição eterna. – É, pois, preciso desligar-se de tudo, cada fio, diz o mesmo São João da Cruz, quer grosso quer fino, impede a alma de voar para Deus.


Certo dia Santa Gertrudes pediu ao Senhor lhe fizesse saber o que dela desejava. Respondeu-lhe o Senhor: “Não desejo senão um coração vazio.” É o que Davi pediu a Deus: Cor mundum crea in me Deus (2) – “Cria em mim, ó Deus, um coração puro”. Um coração puro ou vazio, quer dizer um coração livre de todo afeto ao mundo. – Totum pro toto, escreveu Thomas Kempis. Devemos sacrificar tudo para ganhar tudo. Para que Deus seja todo nosso, devemos deixar tudo que não é Deus. Então a alma poderá com verdade dizer a Deus: Meu Jesus, renunciei a tudo por vosso amor, dai-Vos agora todo a mim.


Afim de que cheguemos a ser inteiramente e sem reserva do Senhor, devemos rogar incessantemente a Deus que nos encha de seu santo amor. O amor é um fogo destruidor que consome em nossos corações todos os afetos que não sejam para Deus. Dizia São Francisco de Sales, que quando a casa está em chamas, atira-se toda a mobília pelas janelas afora. Com isso o santo quis dizer que, quando um coração está ardendo do amor divino que dele tomou posse, a pessoa não precisa mais de sermões e diretores para desprendê-la do mundo; o amor divino mesmo consumirá todo o afeto impuro.


Nos sagrados Cânticos, o amor santo é representado sob a figura de uma adega: Introduxit me rex in cellam vinariam, ordinavit in me caritatem (3) – “O rei me fez entrar em sua adega, ordenou em mim a caridade”. Nesta feliz adega, as almas, esposas de Jesus Cristo, inebriadas pelo vinho do santo amor, perdem os sentidos para as coisas do mundo e não olham senão para Deus, em todas as coisas não buscam senão Deus, não falam, nem querem ouvir falar senão em Deus. Quando porventura ouvem os outros falar em riquezas, dignidades, divertimentos, voltam-se para Deus e dizem-lhe com suspiro ardente: Deus meus et omnia – “Meu Deus e meu tudo”. Meu Deus, qual mundo! Qual prazeres! Qual dignidades! Vós sois todo o meu Bem, toda a minha felicidade.


Ó meu Jesus, meu amor, meu tudo, como Vos posso ver morto num patíbulo infame, desprezado de todos, consumido pelos sofrimentos e andar à procura de prazeres e glórias terrestres? Quero ser todo vosso. Esquecei os desgostos que Vos causei e aceitai-me. Fazei-me saber aquilo de que me devo desapegar e o que devo fazer para Vos agradar, pois estou disposto a fazê-lo. Dai-me a força para o executar e Vos ser fiel. Meu amado Redentor, quereis que me entregue sem reserva a Vós, para me unir todo a vosso Coração. Hoje mesmo me dou todo a Vós, todo sem reserva, todo, todo; de Vós espero a graça de Vos ser fiel até à morte. – Ó Maria, Mãe de Deus e minha Mãe, obtende-me a santa perseverança. (II 254.)

  1. Ps. 54, 7. 2. Ps. 50, 12. 3. Cant. 2, 4.

Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II – Santo Afonso